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Relevo da Paraíba

As terras que formam o Estado da Paraíba, apresentam formas variadas de relevo.
No litoral tropical úmido, denominam as seguintes Unidades Geomorfológicas modeladas em rochas sedimentares:
- Baixada Litorânea (ou Planície Litorânea) : está presente ao longo da costa formando uma faixa com cerca de 80 a 90km de largura, com altitudes que variam entre 0 e 10 metros, apresentam as seguintes formas de relevo:
  • As praias: Depósitos arenosos ou terras de várzeas, que ficam junto às embocaduras dos rios que lançam suas águas no Oceano Atlântico.
  • Restingas: Depósitos arenosos em forma de língua ou flecha.
  • Dunas: São montes de areia formados pela ação dos ventos.
  • Mangues: São planícies de marés com vegetação formada por árvores e arbustos.


- Baixo Planalto Costeiro (Tabuleiro) : Compreendem os baixos planaltos costeiros. Seus limites com a baixada litorânea são as falésias viva ou mortas.
  • falésias;
  • vales fluviais (Várzeas);
A partir do Tabuleiro ata a região sertaneja, dominam as Unidades Geomorfológicas modeladas nas rochas cristalinas, com exceção da Bacia do Rio do Peixe, de origem sedimentar:
  • Depressão Sublitorânea;
  • Depressão do Curimataú;
  • Depressão do Rio Paraíba;
  • Maciço da Borborema (escarpas orientais, superfícies aplainadas, serras e inselbergs);
  • Pediplano Sertanejo(várias áreas deprimidas entre as cristas das serras distribuídas ao longo das bacias hidrográficas do piranhas e Espinharas);
  • Bacia do Rio do Peixe.
Cada uma dessas grandes unidades geomorfológicas é constituída por formas de relevo diferentes, porque foram trabalhadas por diferentes processos, atuando sob climas distintos e sobre rochas pouco ou muito diferenciadas.
Na Baixada Litorânea, o trabalho do mar e dos rios durante o Quaternário deu origem às praias, às restingas e aos estuários(cursos d’água). Na Paraíba, destacam-se os estuários do Rio Paraíba, do rio Mamanguape e do rio Gramame, como os mais extensos.
As praias da Paraíba são arenosas. Elas são estreitas no litoral sul, limitadas pelo Baixo Planalto que se aproxima muito do mar, como a praia do Cabo Branco, Penha etc. e são um pouco mais amplas no litoral norte, onde o baixo planalto está mais afastado do oceano, como Lucena, Barra de Mamanguape, Barra de Camaratuba, etc.
Em quase todas as praias do litoral sul, percebem-se altos paredões escarpados, quase verticais, cuja base está sempre recebendo o impacto da água marinha, através do movimento das marés. São vertentes orientais do Baixo Planalto Costeiro, que erodidas na base por ação das ondas, vão desmoronando em blocos, formando as “falésias vivas”, como a Ponta do Cabo Branco, de Jacumã, de Gramame, de Tabatinga, entre outras.
No litoral norte, o planalto bem mais afastado da linha do mar não recebe mais a ação deste, constituindo as "falésias mortas", ou seja, escarpas que foram modeladas pela erosão marinha em períodos passados, quando o nível do mar era mais elevado que o atual. Ex.: a "falésia morta" do Conjunto João Agripino, no sopé da qual corre o rio Jaguaribe, em João Pessoa.
Os tabuleiros variam de altitude de 20 a 30 metros, havendo alguns com até 200 m. São formados pelo acumulo de terras provenientes de lugares mais altos. São terras altamente férteis e próprias para o cultivo da cana-de-açúcar.
As planícies aluviais correspondem aos grandes vales formados pelos rios Paraíba e Mamanguape, que cortam os tabuleiros.
O Planalto da Borborema constitui a parte mais elevado do relevo paraibano,cruza a Paraíba de Nordeste a Sudeste, com presença de várias serras, com altitude variando entre 500 e 650 metros.
Entre as principais serras, podemos destacar a da Araruna, Viração, Caturité, Teixeira, Comissária e outras. Na Serra de Teixeira fica o Pico do Jabre, o ponto mais elevado da Paraíba, com mais de 1.000 metros de altitude.
De todas as Unidades Geomorfológicas, as de maior destaque na Paraíba, sobretudo pela sua extensão, são o maciço da Borborema (Planalto da Borborema) e o Pediplano Sertanejo.
O Maciço da Borborema constitui um distribuidor de redes hidrográficas em todas as direções e apresenta uma orientação leste-oeste, estendendo-se, no Nordeste, desde Alagoas até o Rio Grande do Norte.
Na Paraíba, o Maciço da Borborema ocorre na forma de escarpas abruptas (frente oriental), de extensa superfície elevada aplainada (Planalto da Borborema) que se estende desde a retaguarda da frente escarpada de leste até o limite das suas encostas ocidentais com o Pediplano Sertanejo, e ainda na forma de maciços residuais pouco extensos (serras e inselbergs).
O conjunto Geomorfológico, formado pela superfície elevada aplainada da Borborema, configura uma ampla área planáltica, englobando as regiões conhecidas como Agreste, Cariri e Seridó.
Nesta Unidade, a rede hidrográfica é caracterizada por rios temporários de regime torrencial no período chuvoso, destacando-se a alta bacia do Rio Paraíba, a sub-bacia do Rio Taperoá, a alta bacia do Rio Seridó, composta por inúmeros afluentes.
Alguns rios tiveram o curso barrado pela construção de açudes, sendo o de Boqueirão, no rio Paraíba, a maior deles.
A Serra de Teixeira tem altitude média de 700m e nela encontra-se a saliência do Pico do Jabre (1.100m acima do nível do mar), ponto culminante do Estado, no município de Maturéia.
Geralmente, estão, nas serras, as cabeceiras ou nascentes das bacias hidrográficas, a exemplo das nascentes do rio Paraíba, na Serra de Jabitacá; do rio Espinharas, na Serra de Teixeira; do rio Piranhas, na Serra do Bongá, etc. A porção ocidental do Maciço da Borborema, com as serras como as de Santa Luzia e São Mamede, limita a Unidade Geomorfológica classificada como Pediplano Sertanejo.
A depressão sertaneja se inicia em Patos, após a serra da viração. Constituem um conjunto de terras baixas, ocupando uma área extensa entre a Borborema e as terras situadas nos estados vizinhos.
FONTE: Atlas Escolar da Paraíba, 3ª Edição, Editora GRAFSET

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